Brincar na casa da avó Maria quando pequena era a coisa mais fantástica que Olivia achava. Ela separava minuciosamente as suas bonecas e lhes contava que naquela tarde elas ganhariam roupas novas e coloridas.
Primeiro, a vó Maria lhe ensinava a segurar a tesoura com cautela, a medir o tamanho do tecido corretamente para aquele vestido ou tomara que caia, e lhe descrevia, pacientemente, a colocar o fio na agulha e a costurar cada peça de roupa para a festa que haveria aquela noite na casa de Carmem – a boneca inseparável de Olivia.
Depois das roupas prontas, Olivia penteava os cabelos de suas bonecas e as colocava para descansar enquanto ia ao jardim colher flores e terra.
Terra? Sim, neste momento, vó Maria já havia separado a peneira, a água e o pote de Doriana para que Olivia preparasse o bolo que seria servido aos convidados.
Nunca houveram momentos mais agradáveis do que este, cada qual executando as fantasias de brincadeiras de criança.
É nestes tempos que Olivia se transporta quando visita sua avó, agora tão mais enrugada, pequena e com menos saúde do que naquela época.
São estas as impressões que Olivia sempre guardará a sete chaves em seu coração e em sua memória, pois representam o mais infantil e o mais adulto amor que alguém pode sentir. E não estranhem se um dia, mesmo com um quarto de século, virem Olivia sentada no jardim peneirando terra e preparando o bolo de barro mais gostoso que já existiu, para sua avó Maria.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
deveria rolar uma versao masculina desec conto! meio que imaginei minha própria versão! belo texto.
Postar um comentário