quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Saboneteiras!

Grupo de amigas falando amenidades. Adoro.
O papo da vez era corpitcho em geral. Uma se gabava do bumbum em cima, outra contava que a colega da firma turbinou os peitos, a outra que fazia mais abdominal do que ninguém. Até que o meu comentário gerou alguns segundos de silêncio e reflexão:
- Eu não sei vocês, mas a parte que eu mais gosto em mim é a saboneteira.
Pode desfazer essa cara de tarado, caso você não saiba o que é saboneteira e esteja imaginando outra coisa. Falei no singular mas deveria ter dito no plural. Saboneteiras são aqueles ingênuos ossinhos e cavidades que ficam entre o pescoço e os ombros. Acho lindo. Não entendo porque uma geração que cultua tanto o corpo esquece dessa parte tão sexy e, ao mesmo tempo, tão despretensiosa do corpo feminino. Mas podem continuar assim que tá ótimo. Acho que é justamente o fato de ninguém ligar, de não existir nenhuma cobrança sobre o padrão de beleza de uma saboneteira que me faz gostar tanto delas.
Todo mundo sabe que o tempo passa, o tempo voa e a poupança cai. Mas se tem uma parte do corpo que vai ficar lá, firme e forte, até o final dos nossos dias são as salientes, estruturadas e magras saboneteiras. E não é preciso ficar fazendo nenhum exercício chato para isso. Pode caprichar no tomara-que-caia e passar na frente de uma obra que eu garanto que você nunca vai ouvir nada parecido com “Sabonetão, hein?”. Nunca haverá sequer um funk carioca dizendo “esfrega, esfrega, esfrega a saboneteira”.
Ninguém vai colocar silicone ou botox nem será preciso usar um creme anti-idade para a região das saboneteiras. Saboneteiras são liberdade pura.

(via Bacanérrimo)

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Somente sofro
Simultâneos sonhos
Suspiro sozinha
Saudades suas
Seria simples se
Sorrateiramente
Surgissem suaves sopros
Surpeendendo sentidos
Suprimindo sensações
Sensatos sussurros
Sólida sedução sobre seu ser
Sossegadas situações
Sem saber segui-las
Solta? Sim
Sempre

(2003)

Don Juan De Marco x Homer Simpson

Bom, estes são os fatos: dentro de todo homem acontece uma batalha silenciosa e implacável. É a luta de vida e morte entre Don Juan de Marco e Homer Simpson.
Sim, porque dentro de todos os homens existem essas duas facetas da alma masculina lutando por supremacia. Então vamos aos lutadores.
No canto esquerdo, Don Juan de Marco. Belo, magro e devotado tão somente a fazer o sexo oposto feliz e realizado. E no canto direito, com cento e tantos quilos de pura tosquice e egoísmo, Homer Simpsom. E vamos à luta.
O Don Juan pessoal aflora quando os homens estão no momento da conquista. Aí viram galantes, bonitos, românticos, misteriosos, surpreendentes. Quando são Don Juan de Marco não existe mau humor, só gentilezas e galanteios, tudo acontece como num conto de fadas. E é neste momento despreocupado de perfeição masculina que Homer ataca.
A principío ele se manifesta em pequenas coisas, como um dedo no nariz, uma meia que cai no chão e por lá fica por um tempo maior do que Don Juan permitiria. Aos poucos entretando, Homer começa a ficar mais e mais forte. Cueca passa a ser traje socialmente aceito. Peidar alto e com orgulho se torna uma rotina. A tv ganha mais atenções do que a mulher amada.
Assim se dá a derrota total de Don Juan de Marco, e isso é um fato da vida, portanto conforme-se.

Otimismo Cético

Eu explico.
Os otimistas céticos não acreditam que o mundo vai ser destruido pelo aquecimento globlal, mas que vai continuar a bosta que é.
Os otimistas céticos não acreditam que a corrupção pode ser erradicada, mas que apesar disso, o Brasil vai acabar crescendo.
Os otimistas céticos acreditam que a felicidade é possível, mas ela sempre vai estar emoldurada na desgraça.
Faz sentido isso?

Il-il-il

Eu gosto do Brasil.
Do Brasil que ouve Cartola, Paulinho da Viola, João Gilberto e Clementina de Jesus. Do Brasil que cozinha acarajé, moqueca e feijoada. Eu gosto do Brasil que prefere o drible ao gol. Do Brasil que é caipira minimalista. Do Brasil que pede licença e limpa o pé antes de entrar. Eu gosto do Brasil que sorri. Do Brasil que respeita. Que dá lugar pra velhinha. Eu adoro o Brasil que se liga no mundo sem macaquice. Que varre a calçada, que pinta a fachada, que não pisa na grama. Eu gosto do Brasil que lê Machado de Assis, Graciliano Ramos e Clarice. Do Brasil que diz obrigado. Que segura a porta do elevador. Que abaixa o som se estiver incomodando. Do Brasil que questiona o que se diz na TV e nos Jornais.
Do Brasil que faz grafite. Do Brasil que ama cães e gatos. Do Brasil que se mistura.

Eu não gosto do Brasil.
Do Brasil que ultrapassa pelo acostamento. Que fura fila. Que não deixa entrar. Do Brasil que ouve sertanejo pop, pagode pop e música brega em geral. Do Brasil que se orgulha da própria ignorância. Eu detesto o Brasil que fala tudo no gerúndio. Que lava a calçada com mangueira. Que bota gergelim, tomate seco ou catupiry em tudo. Eu odeio o Brasil que ri de quem é honesto. Que vota no Collor, no ACM, no Maluf, no Roriz. Eu não gosto do Brasil que come de boca aberta. Que não sabe segurar a faca. Eu não gosto do Brasil que torce contra o sucesso dos amigos. Que joga lixo pela janela. Que joga lixo no rio. Que joga lixo no terreno baldio. Eu simplesmente odeio o Brasil que perpetua as desigualdades sociais, econômicas e educacionais. Que discrimina porque é pobre, gay, negro, gordo, velho ou feio. Que assiste a Luciana Gimenes, o Leão e o TV Fama.
Do Brasil que reduz para apreciar o acidente. Do Brasil que se acomoda.
Esse Brasil sim, eu odeio.

Cores

Todas as cores
que tenho na mente
lembram o verde
vermelho-corante
azul-cintilante
branco que se vê longe
perto de um oxidante
laranja-vibrante.

Preto que te leva dentro
de um vazio
perto do mais longe
que se vê distante
quase no horizonte
de um arco-íris
solto flutuante
que se busca ver
tudo que se esconde.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Levantando a auto-estima

Toda mulher sabe que ter a auto-estima nas nuvens funciona mais do que a beleza propriamente dita.
Você pode ser um monumento, estar com tudo em cima. Se a auto-estima não acompanhar na altitude, você passa mais batida que secretária de consultório médico da novela das 6. E isso ninguém merece.
Meu trabalho fica numa avenidona aqui em São Paulo, dessas com muito fluxo de caminhões e motoboys. E eu desenvolvi um auto-estimômetro a partir disso. Funciona assim: sou obrigada a ouvir uma média de 3 buzinas no trajeto do estacionamento até a agência. Buzinar é bizarro, é o ó, caminhoneiros e motoboys (com todo o respeito) não são o meu target, mas não é que funciona?!
Em dois quarteirões não existe nenhuma possibilidade de não ouvir nenhuma (pelo menos no meu caso, tá? Desculpa aí). Uma é grave, duas é aceitável, três tá ok. Mas tem dias que eu ouço sete, oito e aí é correr para o abraço, que o dia promete.
Depois de sete buzinas não tem uma pessoa que não pergunte: o que você fez no cabelo? Tá com a cara boa, tá bonita, tá gata. E eu sou obrigada a concordar porque depois de sete buzinas, meu bem, eu fico me achando.
Acorda mais cedo, capricha aí e arranja um auto-estimômetro para você também.
E não deixe a média de buzinas nem a auto-estima cair. Em hipótese nenhuma. Quando a auto-estima cair no dedão do pé, vá à pedicure e deixa esse dedão tudo.

(via Bacanérrimo)

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

domingo, 16 de setembro de 2007

FOTOGRAFIA

A fotografia nos coloca constantemente diante de um mistério, e nunca diante de uma certeza. Ela nos obriga a uma interrogação sobre as nossas vidas, sobre o mundo que nos cerca.
A fotografia é uma revelação, uma experiência de iluminação.
Por isso ela faz parte da minha vida profissional e pessoal, nestas tensões latentes características da imagem fotográfica, buscando uma nova maneira de ver, um novo preto-e-branco, uma lembrança.